Chuva preta

Esse blog não morreu, eu é que estou cheio de merda na cabeça, anotando muitas coisas em um caderninho e com vontade de escrever aqui somente quando eu quiser!!!

Segue dois textos que pensei enquanto lia alguns feeds de notícias hoje de manhã. O primeiro está aqui, o outro amanhã de manhã.

___
No começo havia um Deus, hoje chamado por Deus, mas, na época, sem forma, sem nome, sem existência. No começo havia um Diabo, hoje chamado por Diabo, mas, na época, sem forma, sem nome, sem existência. Eles apenas existiam e graças a suas existências tudo era equilibrado.

De suas existências começaram a nascer anjos e demônios, que sentiam seus mestres e tinham noção de suas oposições. Esses, não sabiam que seus mestres não se odiavam, na verdade formavam uma coisa só, para serem um balanço perfeito. Esses, não sabiam que sua existência como humanóides tinha o objetivo de poder verbalizar o quanto um Deus sabia quanto o outro Diabo era importante para sua existência e vice e versa.

Por não terem o poder total e sabedoria de seus mestres, entenderam errado e se viram como exércitos inimigos, já que a primeira coisa que perceberam em si foram sua força, consequente da compactação da força de Deus e Diabo. Mal sabiam eles, anjos e demônios, que a primeira coisa que deveriam ter percebido era o poder de criar e o poder de destruir, respectivamente!

Eles começaram a guerrear, sem fim. Deus e Diabo não tinham emoção, por isso não interferiram. Deus e Diabo os criaram por igual, por isso ficou tudo igual. Nada mudou... para Deus e Diabo.

A guerra entre as duas partes, por mais bruta que fosse, continuava balanceada, mas sem que percebessem, seus verdadeiros poderes, aqueles que deveriam ser primeiro percebidos, começaram a tomar duas formas. Uma, um líquido tranparente, límpido, inodor, hoje chamado de água. Outra, um líquido escuro, grosso, com um cheiro forte, hoje chamado de petróleo.

Do choque desses constantes poderes, anjos e demônios começaram a perceber seus reais poderes, porém tarde demais e deturpados. Para os demônios, destruir os anjos era impossível já que o devido poder de criar anulava o poder de destruir e para os anjos, o seu poder de criar era inútil na intenção de destruir.

Então, os anjos raciocinaram seus poderes e criaram uma massa, uma prisão para os demônios, hoje chamada de planeta Terra. Provávelmente, esse era o presente que Deus queria verbalizar para Diabo, uma criação perfeita, enquanto o agradecimento do Diabo viria na forma da maculação, mantendo o balanço. Mas os demônios não a macularam, eles a tentaram destruir fisicamente e não em sua perfeição, isso os levou a serem aprisionados.

Naquele instante, as forças do Diabo enfraqueceram e sem intenção Deus começou a sobrepujar Diabo. Conscientes que aquilo não devia acontecer, eles se materializaram, na forma do que hoje é a humanidade. Eles ainda sabem que estão ali, mas hoje existem em pequenas porções.

Como Deus estava maior, devido ao desbalanço, ele tirou parte da perfeição dos anjos, que perderam sua força e ganharam a corrupção como um dom facultativo, para que se enfraquesesse. Mesmo assim ele ainda estava superior ao Diabo, então ele diferenciou uma parte da humanidade, com o poder de criar, independente da presença dele e do Diabo, e a esses deu o nome de Mulher. Nesse balanço, Deus ainda ficou um pouco maior dentro da humanidade, então deu a eles o direito da escolha, a escolha de quebrar o balanço perfeito, assim quem quisesse poderia preferir o Diabo, quem quisesse poderia preferir a Ele e aqueles que soubessem equilibrar os dois teriam acesso a um poder fantástico.

Os demônios, aprisionados, tomaram a forma do petróleo, nas rochas do planeta. Os anjos, tardiamente, perceberam seu erro, graças ao dom da corrupção, então apresentaram para a humanidade o petróleo, que seria utilizado para o avanço tecnológico. Depois, os anjos tomaram a forma da água, na apresentação de chuva, consciente de que com o avanço tecnológico, sua água seria poluida na forma de chuva ácida e essa seria sua forma de se balancear com os demônios, como Deus e Diabo inicialmente queriam.

O petróleo, como sua origem, tem hoje o poder de destruir, daí as guerras e corrupção ligados a ele. A água, como sua origem, tem o poder de criar, mas devido aos erros dos anjos, ela hoje é usada mais para limpar, e para criar precisa ser purificada pela humanidade, que é o ato de destruir algo, para dele nascer algo, como se Deus e Diabo agissem em conjunto para retomar o equilíbrio. Quando esse dia chegar, tudo voltará a ser dois, apesar de nunca ter deixado de ser dois.

Quanto ao poder fantástico, para aquele que alcançar o equilíbrio, ninguém alcançou, mas é de se imaginar que ao se alcançar o equilíbrio de Deus e Diabo algo aconteça. Ou é apenas a humanidade, errando como anjos e demônios, querendo destruir sua própria natureza para criar algo fantástico. Talvez, a humanidade precise se inclinar mais para um lado ou outro, para recuperar o equilíbrio.

Ass. Eu

_______
Ps: porra... gostei hein!!! Até parece religioso, apesar de vindo de um ateu!!!

Um comentário:

Anônimo disse...

Posso fazer um comentário simples?

O melhor texto escrito por você que eu já li. Desde sempre.

Parabéns. O conceito deste texto é estraçalhador. Estou ansioso para o ler o de amanhã.

Abraço!